DESCENDO PELA TOCA DO COELHO: UNIVERSO DA ARTE SEQUENCIAL

Seja bem vindo em meu Blog, aqui você vai encontrar principalmente informações sobre a Arte Sequencial, em seu caráter artístico-semiótico-semiológico. Encontrará também fotos de atividades que realizei em Universidades e Faculdades do Pará em Turmas de Letras-Licenciatura. Estamos abertos para sugestões ou pedidos de matérias, ou mesmo dúvidas sobre a teoria dos quadrinhos. Pode entrar!

CORTES EM SEQUÊNCIA

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quinta-feira, 20 de maio de 2010

FRANK MILLER: UM QUADRINHO NOIR MODERNO


"Frank Miller nasceu em Olmie, Maryland (EUA), em 27 de janeiro de 1957, e começou a desenhar ainda muito jovem, colaborando para vários fanzines. Seus primeiros trabalhos foram publicados (mas não creditados) na revista Twilight Zone, da extinta editora Gold Key.
Depois, começou a trabalhar como colaborador para várias editoras, como a DC e a Marvel. Nesta última, ele desenhou os números 27 e 28 da revista Peter Parker, o que chamou a atenção dos editores e fez com que fosse contratado como desenhista da revista Daredevil (Demolidor) a partir do número 158, em 1979. Dez edições depois, Miller começou também a escrever o título, criando personagens inesquecíveis como a ninja Elektra. Em 1982, desenhou a mini-série Wolverine, escrita por Chris Claremont.
Em 1983 ele passou a trabalhar com a DC, onde escreveu e desenhou a mini-série Ronin. Ele voltou para a Marvel em 1986, quando escreveu a graphic novel Demolidor: Amor e Guerra e a mini-série Elektra Assassina (belamente pintadas por Bill Sienkiewicz), e aquela que é considerada a melhor história do Demolidor, "A Queda de Murdock", desenhada pelo talentoso David Mazzucchelli. Ainda neste mesmo ano, a DC lançou Batman - O Cavaleiro das Trevas, escrita e desenhada por ele, uma das séries mais premiadas e cultuadas de todos os tempos. Em 1987, ele escreveu outro marco na carreira do Homem-Morcego na história Batman: Ano Um (desenhada por Mazzucchelli), que reconta de maneira espetacular a origem do personagem de acordo com o que havia sido mostrado em O Cavaleiro das Trevas.
Em 1990 ele escreveu para a Dark Horse Comics as séries Hard Boiled, ilustrada por Geoff Darrow, e Liberdade, com arte de Dave Gibbons. No ano seguinte, Miller escreveu e desenhou aquela que é considerada sua obra-prima: Sin City – A Cidade do Pecado (inicialmente em capítulos na revista Dark Horse Presents), que daria origem à toda uma série de histórias espetaculares. Em 1993, ele escreveu a mini-série Demolidor: O Homem Sem Medo, desenhada por John Romita Jr. Em 1995, ele escreveu o divertido Big Guy and Rusty the Boy Robot (numa nova parceria com Darrow). Três anos depois, Miller nos presenteou com a espetacular mini-série 300 de Esparta, escrita e desenhada por ele. Em 2001, ele escreveu e desenhou para a DC a tão aguardada mini-série Batman: O Cavaleiro das Trevas 2. Em 2005 ele dirigiu ao lado de Robert Rodriguez o filme Sin City: A Cidade do Pecado, considerado uma das melhores e mais fiéis adaptações de uma história em quadrinhos para o cinema."
Um verdadeiro mestre na arte de luz e sombra, Miller narra a vida na suja e apaixonante Basin City, ou Sin City (como as pessoas preferem dizer!), uma cidade cujas ruas são pavimentadas com corrupção e ódio, onde os becos acobertam crimes que ninguém quer tomar conhecimento e os olhares de cada pessoa bastam para revelar pecados secretos.
Sin City conta com vários livros, sempre seguindo a temática dos policiais noir, cada um deles trazendo novos personagens além de se aprofundar mais ainda nos que já existem.
Miller já recebeu vários prêmios dos quadrinhos e segue hoje como uma referência para desenhistas e roteiristas.

Disponível em: http://www.devir.com.br/hqs/frank_miller.php

terça-feira, 18 de maio de 2010

DOS QUADRINHOS DE FRANK MILLER PARA O CINEMA: MAGISTRAL

Sin City é uma cidade que seduz as pessoas. Nela vivem policiais trapaceiros, mulheres sedutoras e vigilantes desesperados, com alguns estando em busca de vingança e outros em busca de redenção. Um deles é Marv (Mickey Rourke), um lutador de rua durão que sempre levou sua vida a seu modo. Após levar para casa a bela Goldie (Jaime King), ela aparece morta em sua cama. Isto faz com que Marv decida percorrer a cidade em uma jornada pessoal, em busca de vingança. Além dele há Dwight (Clive Owen), um detetive particular que tenta a todo custo deixar seus problemas para trás. Após o assassinato de um policial, Dwight se apresenta para proteger suas amigas, as damas da noite. Há também John Hartigan (Bruce Willis), o último policial honesto da cidade, que restando apenas uma hora para se aposentar se envolve na tentativa de salvar uma jovem de 11 anos das mãos do filho de um senador.
DISPONÍVEL EM: http://www.adorocinema.com/filmes/sin-city/

LOVECRAFT EM QUADRINHOS: VISCERALMENTE PERFEITO - PURO EXPRESSIONISMO

Howard Phillips Lovecraft foi um menino estranho, propenso a desvairados vôos de fantasia e uma predileção pelas trevas e o inexplicável.
Oprimido por uma herança profana - um dom de percepção que levou seu pai à loucura - o jovem Howard descobre ser o relutante guardião do Necronomicon, um livro amaldiçoado que é uma entrada para o Além.
Da sua infância excêntrica até seu sucesso literário como o mestre escriba de contos "bizarros", H.P. Lovecraft perambula pela tênue linha entre a realidade e o horror angustiante "fictício", na esperança de manter afastados deuses antigos e pesadelos vivos disformes. Uma esperança que está rapidamente definhando.
O Necronomicon... Cthulhu... Uma cidade chamada Arkham povoada por monstruosidades bizarras e insanas. Esses ícones do terror foram fantasiados por Howard Phillips Lovecraft. Mas essas fantasias horrorosas existiam apenas na sua mente ou ele era capaz de enxergar um mundo que não podia ser visto?
Da sua infância bizarra, na qual sua mãe o vestia como uma menina, até sua vida adulta, quando conheceu Harry Houdini, Lovecraft foi assombrado por visões grotescas. Ele dedicou sua vida a escrever contos "fictícios" arrepiantes para tentar aplacar seus intensos pesadelos.
Mas essa obsessão cobraria um preço. Seus pais foram internados em um manicômio, sua dedicada esposa se afastou e Lovecraft passaria boa parte da sua vida como um recluso, acompanhado apenas pelos seus demônios e fazendo uma ou outra visita ao seu editor. Algumas pessoas o chamavam de louco. Outras, de gênio.
De qualquer forma, a história do maior escritor norte-americano de horror é um conto tão obsessivo quanto os demônios que o atormentavam.
O roteirista Hans Rodionoff (O Homem-Coisa, Halloween Macabro) e o veterano dos quadrinhos Keith Giffen (Lobo, Marte Ataca!, Battle Royale) escrevem este conto de horror biográfico, com a requintada arte do aclamado artista argentino Enrique Breccia (Batman Preto e Branco).

ASILO ARKHAM - ARTE SEMIÓTICA DE DAVE MACKEAN


Algumas das obras mais interessantes, publicadas em quadrinhos, são aquelas que subvertem determinados roteiros, já conhecidos pelo público, ou colocam personagens conhecidos em situações inusitadas. Asilo Arkham é uma destas obras. E o questionamento é justamente o quanto o quanto um herói pode manter sua sanidade em meio a loucura absoluta?
Nosso herói neste caso é o Batman e o vilão da história é justamente o lado psicológico da obra. Mais do que confrontar o cavaleiro das trevas com vilões já conhecidos, em Asilo Arkham Batman é confrontado com seus próprios medos, fúria e com a loucura.
A história começa quando os internos do Asilo Arkham - perigosos vilões, considerados insanos e por esta razão internados no hospício - se revoltam e tomam a instituição em um motim, fazendo os médicos e funcionários como reféns. Liderados pelo Coringa a única exigência que os internos fazem é que Batman entre no hospício. Segundo o Coringa Batman é tão transtornado quanto qualquer interno do Arkham e aquele é seu lugar.
A partir do momento em que Batman entra no Asilo Arkham o leitor é levado em uma trama que vai se aprofundando cada vez mais no texto psicológico de Grant Morrison e na arte absurdamente real de Dave McKean, revelando aspectos da personalidade de alguns vilões como o próprio Coringa, Maxy Zeus, Crocodilo, Chapeleiro Louco e principalmente a frágil e intrincada psique do homem conhecido como Duas Caras.
Na história os médicos utilizam uma nova técnica para tentar curar Duas Caras, um homem vivendo em uma dualidade onde suas decisões são tomadas com base nas duas faces de uma moeda. No tratamento os médicos dão a Harvey Dent um baralho de tarô, 52 cartas, com um número maior de opções, entretanto essa medida torna Harvey cada vez mais inseguro e fragilizado incapaz de tomar uma simples decisão, como ir ao banheiro.
Além da história de Duas Caras, a tomada do asilo e a loucura que vai se infiltrando lentamente pelas paredes do Arkham, temos ainda a trama paralela que conta a história do asilo em si e de seu fundador, Amadeus Arkham. Morrison vai costurando as tramas apresentando a infância do pequeno Amadeus vivendo com sua mãe, doente mental, de sua decisão de tornar-se psiquiatra e como a loucura domina o próprio médico.
Tudo isso é apresentado de forma magistral até chegarmos num clímax chocante, na vida de Amadeus Arkham e na própria busca pela razão que Batman faz enquanto foge das armadilhas preparadas pelos vilões. Em Asilo Arkham Batman questiona sua própria sanidade. E é a resposta a essa pergunta que fará a diferença entre vida e morte no Asilo Arkham.
DISPONÍVEL EM: http://www.omegageek.com.br/forum/showthread.php?p=30657

GUIDO CREPAX: ARTE SEQUENCIAL ERÓTICA E CINEMA EM MOVIMENTO

Criador da lendária personagem Valentina, Crepax nasceu em Milão, no ano de 1933. Seus trabalhos, com alto grau de erotismo, se aventuram no sadomasoquismo e fetiches, com traço leve e delicado. A originalidade de sua obra inspirou incontáveis artistas, entre eles Manara e Serpieri.

Estudou arquitetura pela Universidade de Milão, período em que fez seus primeiros trabalhos na publicidade como ilustrador. Produziu capas de revistas e livros, pôsteres e ilustrações para capas de LPs. Por uma campanha publicitária para a Shell italiana, ganha a "Palma d'Oro" em 1957. No ano de 1958, começou a contribuir para a revista médica "Tempo Medico", onde desenhou até metade dos anos 1980.

Nos quadrinhos, transitou por assuntos variados, mas seu mote maior foi o erotismo. Seus primeiros passos se deram em 1959, mas só criaria Valentina no ano de 1965. Na verdade, Valentina era peça secundária de sua HQ "Neutron", publicada na revista Linus, mas logo se tornou sua maior e mais famosa personagem. Além dos vários álbuns da heroína, Valentina foi adaptada para o cinema (Baba Yaga, de 1973), e para a TV, em 1988.

Guido Crepax criou outras pesonagens, como Anita, Belinda e Melissa. Também ilustrou quadrinhos baseados em clássicos do erotismo, como "Justine", do Marquês de Sade, "Histoire d'O", de Pauline Réage, entre outros.

Por Erico Molero.

MILO MANARA E ALEJANDRO JODOROWSKY: PARA ALÉM DOS LIMITES DA ARTE SEQUENCIAL

O chileno Alejandro Jodorowsky, um dos mais cerebrais roteiristas de quadrinhos da Europa, estréia no gênero das HQs históricas na companhia de um outro expoente da Nona Arte européia: o desenhista italiano Milo Manara, com a série Borgia.
Ambos escolheram um tema bastante denso: a assunção de Rodrigo Borgia, pai de Lucrécia Borgia, ao papado (em 11 de agosto de 1492), um dos períodos mais negros, senão o mais negro, da história do Vaticano. Até os cronistas mais interessados em por cores suaves na libertinagem de Rodrigo Borgia assinalam que este seu vício o acompanhou em pleno exercício do papado.
Para quem conhece o traço de Manara, mestre italiano do quadrinho erótico, é fácil adivinhar o prato cheio que representa uma situação social decadente como esta, em que estão presentes mulheres nuas, golpes de espadas e excessos de todo tipo. Quanto a Jodorowsky, pode-se esperar que seu fino humor ilustre com propriedade certas passagens do tema, inúmeras vezes tratado pela cultura européia.

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